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Produção de biodiesel em Tomé-Açu incentiva a agricultura familiar
Um investimento previsto de R$ 330 milhões, uma plantação de dendê de 230 mil hectares, a criação de mais de 1200 empregos diretos, beneficiando principalmente agricultores familiares. Os números enfatizam a grandiosidade do Programa Nacional de Produção Sustentável de Óleo de Palma, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quinta-feira (06), no município de Tomé-Açu, nordeste do Pará, diante de quase 7 mil pessoas.
A maior obra do programa é a construção de uma usina de beneficiamento de dendê, para produção de biodiesel. Os agricultores familiares terão linhas especiais de crédito e assessoria técnica para produzir e vender a matéria prima destinada à produção de biodiesel. "A renda média de uma família de agricultores hoje, na Amazônia, é de R$ 450,00. Com a produção de óleo de palma essa renda pode chegar a R$ 2 mil", afirmou o presidente.
Para o programa estão cadastradas mais de 3.300 famílias de agricultores, cujas propriedades já foram georreferenciadas pelo governo do Estado. As linhas de crédito são do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e terão seis anos de carência e taxas de 2% ao ano. O agricultor poderá emprestar até R$ 65 mil e pagar em 14 anos, após a carência. "Durante cinco anos em que a planta do dendê cresce, o agricultor ainda terá um salário para produzir", informou presidente Lula. "Esse programa é tão bom que acho que até eu vou plantar palma", brincou ele.
Os investimentos serão realizados pela Petrobras Biocombustível, que exportará a matéria prima semi beneficiada para Portugal, de onde o biodiesel será comercializado para o restante da Europa. Miguel Rosseto, presidente da empresa, participou do lançamento.
A usina de biodiesel deverá ter capacidade para produzir 120 milhões de litros/ano. A meta é atender o mercado interno, em especial o norte do país. Julho de 2013 é o prazo previsto para a usina entrar em operação. Dos R$ 330 milhões investidos, R$ 240 milhões devem ser destinados à produção agrícola, e os outros R$ 90 milhões à indústria.
Nova trajetória - O prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vinícios de Melo Vieira, disse que o município começa um novo momento em sua trajetória econômica. Segundo ele, o presidente Lula levou esperança para a população de Tomé-Açu, município que já foi referência na produção de pimenta do reino, cultura incentivada pelos imigrantes japoneses, e nos últimos anos se destaca no campo da fruticultura.
Para o presidente Lula, as ações do Programa Nacional de Produção Sustentável de Óleo de Palma combinam o desenvolvimento com a proteção do meio ambiente, pois "nenhuma área de mata original da Amazônia ou de qualquer outro bioma será derrubada para a produção de palma".
A governadora Ana Júlia Carepa ressaltou que esse projeto só pode ser executado porque o Estado vem transformando em realidade o Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), instrumento que permite identificar o potencial produtivo de cada região. "É com ações conjuntas com o governo federal que o Pará está mudando", enfatizou.
Deputado federal Beto Faro que sempre desempenhou todos os esforços de seu mandato em defesa dos Agricultores Familiares e Trabalhadores Rurais do Estado do Pará e na construção de políticas públicas que levassem desenvolvimento, gerassem renda e emprego está satisfeito com esta nova perspectiva que se abre. Para ele os principais pontos do Protocolo Sócio ambiental firmado entre o Governo do Pará de as empresas produtoras do óleo de palma, como a proibição da derrubada de floresta para a produção de dendê, a exploração ilegal de mão de obra dos trabalhadores e a obrigatoriedade de incluir a agricultura familiar no cultivo da palma e produção do dendê significará um grande passo para o desenvolvimento da região e melhores condições de vida para os agricultores.


Japão produz chocolate feito com cacau de Tomé-Açu
"O governador do Pará será o primeiro a provar um chocolate produzido no Japão, com cacau paraense, direto de Tomé-Açu. Os japoneses ainda não estão sabendo dessa novidade, mas o governador já sabe", declarou o cônsul geral do Japão, Ryozo Myoi, no encontro com o governador Simão Jatene na tarde desta segunda-feira (24), no Palácio dos Despachos.

O cônsul explicou que o chocolate apresentado ao governador foi produzido pela Meiji, uma das maiores empresas do ramo no Japão. O produto, que só será lançado naquele país em março de 2012, foi feito com cacau importado do município de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, onde é produzido em sistema agroflorestal.

Simão Jatene pediu mais detalhes sobre a exportação de cacau e afirmou que o governo do Estado sempre estará disponível para fazer projetos com a comunidade japonesa. "A relação do Pará com a comunidade japonesa vai além da produção. É uma relação historicamente bonita. Existem algumas regiões do Estado onde nós temos muito nítida a presença de japoneses. Tomé-Açu é um exemplo. Temos muito o que trocar e aprender com essa cultura milenar, que é muito rica", ressaltou.

O secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, enfatizou a importância do sistema agroflorestal, que tem contribuído para o aumento da geração de emprego e renda em Tomé-Açu. "Recentemente, tive uma reunião na Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq) e falamos sobre a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). Temos interesse em investir na cooperativa, para produzirmos em escala maior o cacau exportado para o Japão", finalizou.

Cacau - A exportação de amêndoas de cacau de Tomé-Açu para o Japão aumenta a cada ano. Em 2010, foram exportadas cerca de 150 toneladas do fruto. Para 2011, a estimativa é chegar a 180 toneladas. Já para 2012 a meta da Camta é produzir 200 toneladas por ano. "O chocolate produzido no Japão é de altíssima qualidade, por isso a matéria prima também precisa ser. O Pará tem se aperfeiçoado cada vez mais na técnica de produção do cacau e tem grandes chances de aumentar consideravelmente a exportação", concluiu Ryozo Myoi.

O cônsul estava acompanhado de Akira Kusunoki, Fernando Yamada, Yuji Ikuta, Takuo Koyama, Takoshi Nakamura, Francisco Sakaguchi e Zenji Uchiyma. Além de Hildegardo Nunes, o encontro teve a participação do secretário de Estado de Governo, Sérgio Leão. (Secom)
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Ok, grande iniciativa. Mas só eu ainda fico meio paranóica com isso?
Honestamente, não confio em negócios que trocam/cedem biodiversidade com orientais desde o episódio do cupuaçu. Vocês ainda lembram, certo?
Mas, para o bem dos nosso pequenos/médio/ grandes exportadores de Cacau espero que eles não adicionem "cupulate" e tentem patentear o cacau desta vez. xD


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Técnicos reúnem agricultores interessados em produzir dendê em Tomé Açu (PA)

Foto: Luiz Humberto - SAF/MDA

Técnicos reúnem agricultores interessados em produzir dendê em Tomé Açu (PA)
28/03/2011 03:02

Começou no último dia 23 e segue até 07 de abril o ciclo de reuniões para Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), na cidade de Tomé Açu (PA). A iniciativa vai levantar agricultores familiares interessados na implantação da cultura do dendê em parceria com empresas detentoras do Selo Combustível Social (SCS). No total, serão 26 reuniões com a participação de 59 comunidades e uma expectativa de reunir mais de mil famílias. A iniciativa reúne 28 técnicos na realização do DRP neste período.
O diagnóstico tem por objetivo conhecer a realidade socioeconômica dos agricultores familiares. A metodologia para realização do DRP foi elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da coordenação do Biocombustíveis da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), e acontece em parceria com organizações governamentais, movimentos de representação da agricultura e empresa produtora de biodiesel.
Segundo o técnico da coordenação que acompanha a atividade, Luiz Humberto da Silva, o DRP é realizado em três fases: identificação das regiões prioritárias; identificação das comunidades potenciais e identificação na comunidade dos agricultores familiares nos núcleos com vocação e interesse no plantio da cultura do dendê, que é a terceira fase que acontece em Tomé Açu.
Nas reuniões são apresentados o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel; o Programa do Óleo de Palma e a linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Dendê); a apresentação da empresa produtora de biodiesel sobre a parceria a ser realizada com a agricultura familiar e sua atuação no programa; além de esclarecimentos e aplicação de questionários sócioeconômico das famílias. Após este levantamento será realizado o georreferenciamento das propriedades pela SAF/MDA.
Participam das reuniões a Delegacia Federal do MDA no Pará, Petrobras Biocombustíveis/Galp, Prefeitura Municipal de Tomé Açu, Governo do Estado do Pará, Incra, Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR), Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) e PluralCooperativa.